Se existe algo que não consigo entender [por favor me desculpem a ignorância!], é a real utilidade da moderação de comentários em blogs autorais. Quando da minha postagem "Re: o estardalhaço", grande parte dos comentários dizia nas entrelinhas: "eu blogo para divulgar/expressar minhas idéias livremente" [e pensamentos equivalentes].
Fica então estranho ver alguém que usa a net para se "libertar" [expressar seu pensamento sem censura] ficar moderando o que o outro pensa da sua própria idéia [cuidado com a ambigüidade]... É quase como se a única idéia válida no planeta fosse a do sujeito que está blogando, como se tal sujeito carregasse em si toda a verdade do universo e qualquer visão contrária ou divergente fosse antes de tudo, criminosa!
Pode ser que exista alguém com tal virtude, alguém impossível de criticar [o que geralmente não é o caso]. Mas então... se não quer ouvir a verdade por que sair de comunidade em comunidade em busca comentários? Por que forçar alguém a ser parcial? Parece que no final das contas certos blogueiros não querem comentários, querem aplausos!
Certo dia, estando a participar do tópico "comente no blog acima" fui a um blog de textos até engraçados, mas não muito bem pontuados e sem uma rígida correção ortográfica. O dono do blog dizia: "não leve em consideração os erros, comente só o que gostou". Contei até 100, respirei fundo, mas não agüentei... Toda a boa impressão, toda a idéia criativa do texto acabaram rolando por água a baixo. O problema não era o português... Nunca foi! Não fosse a restrição imposta eu teria comentado positivamente no blog, talvez até sugerido educadamente algumas modificações, mas o que inicialmente seria um elogio à criatividade transformou-se numa crítica à hipocrisia do auto-aplauso.
Sei lá, eu não consigo entender... Talvez porque, pelo contrário, eu goste de (até prefira!) ouvir críticas ao que faço, ao que produzo. Penso que o feedback é o melhor meio de aperfeiçoar minha criações. Estou começando agora nesse mundo de bloggers e também no literário. Seria prepotência da minha pensar que já sei de tudo, que não há nada a ser aperfeiçoado [e sejamos honestos, há ainda muitos detalhes a serem amadurecidos].
Então, desse modo, aproveito para me retratar com o Rafael Franco.
Não por mim, Rafael, mas visitar certos blogs me faz pensar que você tinha toda razão...
23/09/2008