terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mea culpa

[OBSERVAÇÃO: este é só um desabafo, uma explicação, não uma postagem para comentários!!!!]

Empolgada com as facilidades oferecidas pelo blog http://www.usuariocompulsivo.blogspot.com/ para antas como eu, decidi incluir mais uma coluna ao layout do facetas. Com sucesso, é verdade! Em compensação não sei como retirar a linha que agora divide incomodamente o miolo das postagens!

Eu sei, não entendo nada de código html, e acho que já foi uma vitória ter conseguido o meu propósito que era o de incluir a segunda coluna lateral. Se existe uma coisa que vocês ainda não sabem de mim é o seguinte: SOU PERFECCIONISTA! E isso, meus caros amigos, pode rapidamente se transformar em um grande problema, principalmente em casos como esse! Passei a manhã inteira tentando corrigir o layout e não consegui. Uma pena, pois tenho certeza de que se não corrigir a visualização dentro em breve ficarei tentada a voltar ao layout antigo (já disse, perfeccionismo é fogo!).

Me perdoem por expor todos vocês às minhas ridículas experiências, mas também é de mim sempre tentar melhorar.


um pequeno adendo:
após 24 horas quase ininiterruptas quebrando a cabeça
(e muito tradutor do google na veia) enfim eu consegui me livrar da tal linha!!!
não que esteja exatamente feio mas ainda não fiquei 100% satisfeita com o resultado.
um pouco de tempo e mais algumas tentativas talvez eu me dê por satisfeita
ou no fim, quem sabe, eu mande tudo para o espaço e volte ao meu rosa-barbie inicial,
porque ridículo por ridículo... bem... digamos que eu não veja muita diferença...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Prólogo: Boatos Apenas - parte I

trecho do livro: OS FILHOS DE EVA - O MISTÉRIO DO POMAR, para o qual estou buscando patrocínio para publicação] OBS.: Já registrado junto ao Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Municipal...

Se vc já leu o texto abaixo clique aqui para ver a continuação (ou role a página para comentar em outra postagem)

Boatos Apenas

A Terra-Mãe viveu sozinha por muitos séculos até que um dia Deus ficou entediado e resolveu dar a vida a dois bonequinhos de barro. Ao primeiro chamou Adão, responsável e trabalhador, e ao segundo, de aparência frágil e delicada, deu o nome de Eva.

– Ah, Eva! – suspirava Adão toda vez que a encontrava.

Mulher bonita, curiosa, não tardou a querer provar todas as frutas disponíveis no planeta e o resultado foi que uma bendita maçã dada por uma maldita serpente fez com que o casal fosse expulso do paraíso. Maçãs e serpentes à parte, Eva foi a responsável pela explosão demográfica do planeta.

Mas acontece que a terra-mãe não ficou nada satisfeita com a atenção agora dedicada àquela mulher, afinal Eva não era assim tãããããããããããão bonita. Ficou até feliz quando soube do terrível escândalo envolvendo os filhos de sua rival e fez questão de espalhar a notícia de que um dos meninos havia matado o outro por puríssima inveja.

Resolveu, então, demonstrar que poderia ser uma mãe mais eficiente e deu à luz a três filhos. A primeira a nascer foi a Água em um parto relativamente fácil. Dividindo-se em gotas atravessou várias camadas de solo até chegar à superfície. O maior grupo ocupou as enormes depressões e unido formou o oceano. O outro preferiu emergir do cume dos montes, eram mais aventureiros e viajavam morro abaixo levando vida por onde passava. Formavam os rios, lagos e lagoas e percorriam grandes distâncias para se unirem aos parentes no mar.

O segundo filho nasceu depois, meio que por acaso, em meio a uma brincadeira familiar. A Terra-Mãe quis mostrar à filha outros caminhos que não os da depressão ou o das alturas: caminho de si mesma. Sugou a Água do chão com um de seus muitos membros – as árvores – mas percebeu o quanto a filha se sentia solitária e fez nascer da parte mais verde de seus membros – com uma pequena colaboração da Água – o seu segundo filho, o Ar.

Viveram harmonicamente por um longo período até que por motivo ainda desconhecido houve um profundo desentendimento entre a Terra-Mãe e o Ar e por ocasião desse incidente nasceu o Fogo, imprevisível e de temperamento explosivo.

Enquanto os dois primeiros filhos eram serenos e espalhavam vida por onde passavam, o Fogo a destruía e o pior, sugava a energia do seu irmão mais velho a cada ataque de chamas que lançava.

A Água, filha afortunada, pouco sofria com as chamas que o Fogo expelia. O calor agia sobre suas moléculas, tornando-a invisível. Embora não fosse esse o real motivo da estranha "indulgência", alguém como o Fogo dificilmente concederia poder tão útil a quem quer que fosse, ainda que esse alguém fosse a própria irmã.

O que se seguiu foi uma guerra, o Fogo foi ficando mais ousado à medida que seu poder ia aumentando. Nem mesmo a Terra-Mãe era capaz de detê-lo. Seus planos ambiciosos incluíam o domínio sobre todo o território terrestre.

– Ou a senhora me entrega todos os continentes do planeta ou seu filho Ar morre.

A Terra-Mãe não cedeu de início, guardava um segredo muito antigo, que o caçula desconhecia, um detalhe sutil e fundamental na criação que evitaria um desastre familiar semelhante ao dos filhos de Eva.

Infelizmente o Fogo não quis saber de acordos. À medida que as Eras se passaram o Ar foi enfraquecendo, a energia vital se esvaindo dolorosamente, até que chegou a um ponto no qual a Terra-Mãe não teve escolha: ou cedia à chantagem ou o Ar, já tão rarefeito, morreria.

As terras do Norte foram cedidas, a contragosto, ao Fogo.

A Terra-Mãe, muito sábia, sabia que a paz não duraria mais do que algumas Eras, afinal o Fogo só havia conseguido a posse das terras do Norte: ele queria todas. Em uma tentativa de retardar ainda mais um novo confronto repartiu o restante das terras entre os outros filhos. O Ar ficou com a parte sul das terras do extremo Oeste, a Água ficou com a parte sul das terras do centro. Somente alguns fragmentos de terra do extremo-Leste continuaram sob a guarda da Terra-Mãe.

E para desespero da Terra-Mãe, o Fogo ficou profundamente encantado com a beleza monumental de Eva, que lhe gerou um filho a partir da mistura de seu próprio barro, uma fração de corrente de ar retirada da combustão de suas chamas e uma boa dose de água, assunto de posteriores brigas conjugais.



[CONTINUA...]
Interessado no final da história? clique aqui
04/01/2008

sábado, 20 de setembro de 2008

O homem por inteiro - continua...

trecho do conto: O HOMEM POR INTEIRO, com o qual participei de um concurso literário de abrangência Estadual [não ganhei nem o troféu abacaxi... mas tudo bem, tenho alergia a abacaxi mesmo...]


O homem por inteiro

A mãe era negra e pobre. O pai fora um homem casado que não assumiu a menina como dele. Arminda sempre quis viver com o pai. Nunca entendeu porque ele havia preferido a outra família. Pôs a culpa na mãe, na sua pobreza, na sua raça desacreditada socialmente. Humilhava a mãe por pequenos motivos, desfazia-se dela na frente de qualquer um.

Casou-se com um homem do mesmo biótipo do pai. Um homem rico, perdidamente apaixonado. Seu nome era Bueno. Arminda ficara fascinada com o amor daquele homem. Parecia a redenção pelo amor paterno que lhe fora negado desde a infância. Eram ambos muito apaixonados e felizes. Até que o marido entediou-se da vida puramente a dois e começou a pedir por um filho.

Arminda rejeitava veementemente a idéia. O casal começou a se desentender. Tiveram a primeira discussão séria em quatro anos. Ele a acusava de pensar só em si mesma. O marido cada vez ficava mais distante. Arminda, com medo de perder o amor de que tanto precisava cedeu. Nasceu Aparecida, a primeira filha do casal.

Não se parecia em nada com Arminda, que era morena muito clara. Nascera com todas características da mãe de Bueno, lembrava uma índia. Cada vez menos Arminda se identificava com a menina. Para piorar, o marido passou a dar mais atenção à filha, ou assim Arminda alegava. O grande medo, que ela carregava secretamente, era o de que estivesse destinada a perder o amor de seus homens por causa de outras mulheres. Não era bem uma causa pensada, Arminda era levada a pensar assim por causa dos dissabores da infância.

O marido desmentia, dizia que estava exagerando, que tais amores eram distintos um do outro. Ela não acreditava. Tinha cicatrizes profundas demais. Arminda seguiu misturando os papéis: do pai com o do marido, o papel atual de esposa com o da filha rejeitada que fora, da filha recém-nascida com a primeira esposa do pai. Arminda esqueceu-se, inclusive, de exercer seu papel de mãe.

Bueno buscou aconselhamento. Deram-lhe algumas terminologias, justificativas que o preocuparam.

– O nome é depressão pós-parto, disse-lhe um médico.

Bueno ficou apreensivo, o médico apresentou-lhe um folder com parecer explicativo: um número significativo de mulheres padeciam daquele mal.

– É passageiro, ele garantiu.

E Arminda recebeu a melhor assistência do país.

Depois ela alegou estar cansada.

– Ser mãe de recém-nascido é assim mesmo, diziam os amigos.

O marido então contratou duas babás que se revezavam entre os turnos do dia. Mas Aparecida demonstrou-se um ótimo bebê, daqueles que toda mãe deseja: nunca sentia cólica, quase nunca chorava e à noite dormia como um anjinho.

Arminda distanciou-se tanto da filha que já não havia mais o que dizer contra ela. Resolveu então reclamar do marido. Acusou-o de fingir brincar com Aparecida para flertar com as babás.

Foi um suplício. Bueno jurou que não, fez-lhe todas as vontades, presenteou-a com os mais caros objetos. Então, como fruto do novo clima de romance, Arminda engravidou de novo.

– Uma tragédia, disse.

– Uma maravilha! – Bueno comemorou.

Mas o destino estava de mau-humor e preferiu acatar as previsões de Arminda. Agora o casal tinha seis motivos de briga: duas filhas e quatro babás. As desculpas de Arminda se extinguiram. Bueno então entendeu: ela jamais mudaria, jamais conseguiria dar às filhas o amor intenso que nutria por ele. Mas não era culpa sua. Arminda fora levada a agir assim sem nunca ter conseguido fazer conexão de sua dificuldade afetiva com os próprios traumas. Parecia incapaz de ser mãe.

Ele ficou abatido, não conseguia responsabilizá-la por seu comportamento estranho. Fora ele quem insistira, apesar das manifestações contrárias, em ter filhos. Perguntou-se se as acusações outrora destinadas à mulher – de só pensar em si – se aplicaria a ele mesmo, afinal fora indiferente à negativa de Arminda frente ao desejo cego de ser pai.

Enquanto isso as meninas cresciam. Aprenderam desde cedo a contar apenas com Bueno. Arminda fazia questão de evitá-las. Parou de chantagear o marido em troca de atenção: ele já não correspondia. Quanto mais o marido se afastava dela mais Arminda odiava as filhas. Então ele deu um ultimato à mulher: ou terminaria a hostilidade materna ou o casamento.

Arminda se esforçou sobrenaturalmente, fez-se simpática na maioria das vezes. Qualquer coisa para que o marido não a deixasse. Quanto às meninas, não foi tão difícil assim: nenhuma das duas gostava da mãe e há muito não buscavam sua companhia. Apenas se toleravam – simples assim – para evitar que o pai sofresse ainda mais com a segregação familiar...

[...] continua...


04/01/2008 + 22/09/2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

República da bondade

Viva a república da bondade
Viva a velha farsa disfarçada

Temos que ser bons em tudo
Bom pai, mesmo distante
Bom marido, mesmo entediado
Bom vizinho, mesmo indiferente
Bom funcionário, mesmo explorado
Bom cidadão, mesmo desrespeitado

E até quando não conseguimos tal feito
Exigem que sejamos bons perdedores

Viva a república da bondade
Viva a boa e velha conveniência



19/08/2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Uma certa cronologia...

set/2003 ... término da faculdade [a mente saturada de tanta leitura, eu já não conseguia ler nem o nome da minha rua].

dez/2005 ... dois anos depois, a mente um pouco mais descansada fui apresentada pelo meu esposo ao 4º livro da série HP e fiquei apaixonada pelo estilo literário da J.K.[em janeiro li o 5º livro, em março li o 6º e baixei da net do 1º ao 3º exemplares até comprá-los]. Voltei, então ao que sempre foi meu hobbie favorito: ler.

fev/2006 ... ainda fascinada pelo modo como a J.K. fazia fluir um enredo tão lindo, complexo e enigmático desafiei-me a escrever uma história [àqueles que vierem a perguntar: "por que a J.K e não qualquer outro autor erudito e aclamado?", defenderei-me com outra pergunta e uma afirmação, ei-las: "acaso já leu o livro dela?" e "bem, de todos fantásticos livros que li, e não foram poucos, dentre os mais singelos como 'o pequeno príncipe' aos conceituais como 'os intelectuais e a organização da cultura', clássicos: 'os irmãos Karamasovi' ou filosóficos: 'para além do bem e do mal', nenhum autor jamais soube entrelaçar personagens com a maestria da J.K. Essa dádiva é só dela, por isso me inspirou"]. Bem, voltando à cronologia...

jun/2006 ... desesperada, descobri que escrever um livro do início ao fim é mais complicado e delicioso do que pode parecer [muito, mas muito mesmo]. E fazer com que essa história não dê sono a quem a lê, quase impossível! De uma vez por todas virei fã da J.K. [ela escreveu 7, de uma história só!] e me jurei de morte se não terminasse o que me propus.

ago/2007 ... quase pronta. Faltava revisar e fazer os primeiros capítulos.

out/2007 ... consegui! Obra finalizada, registrei-a na Biblioteca Nacional e pus-me a enviá-la às editoras....

nov/2007 ...nenhuma resposta. Minha amiga Gi e minha chefe Ana Carolina me incentivaram a fazer um blog para divulgar o livro. Não tive coragem. Publicá-lo na net parecia uma exposição das minhas intimidades.

dez/2007 ... inscrevi-me em um concurso local de contos [não ganhei nem menção honrosa, srsrsr]. Graças à insistência das duas tomei coragem e criei o facetasdemim, que divulguei entre familiares e amigos.

jan/2008 ... nenhuma resposta das editoras, pouca procura pelo blog. Abandonei-o.

ago/2008 ... tendo criado o gotasintrospectivas no mês anterior, a Gi me apresentou às comunidades de blogs do orkut. Um pouco mais animada, publiquei alguns pensamentos desordenados que vez em quando afluem à minha mente.

set/2008 ... em dez dias meu blog ultrapassou 500 leituras e alguns "insanos" dizem gostar do que escrevo...

Ainda bem que setembro é o aniversário da Gi. Eu dedico essa infinidade de números a ela [fiquei em dúvida se aqui tem crase], pelas dicas que me deu. Se quiserem conhecê-la visitem o gotasintrospectivas e divirtam-se à vontade.

Um pequeno adendo, só para esclarecer:
eu já tinha visto até o 3º filme
e até então achava a história só "legalzinha".
mas quando li os livros... putz... fiquei apaixonada!!
Nunca mais consegui largar a história...

Prisão a céu aberto

Já fui prisioneira do medo, da minha ânsia, da minha ansiedade. Já fui escrava da solidão, a necessidade de companhia e atenção em contraste com o que ousei chamar originalidade.

Escrava de quase tudo o que condenei, o falso, o cínico, o pensamento coletivo querendo determinar em e por mim o que é bom, o que é certo. Escrava da beleza [ou da idéia que faço do que venha a ser belo] por mais que a vaidade o tenha negado. Escrava do amor quando o fiz mais forte do que a minha liberdade de não-amar. Escrava de toda ideologia: a esperança adormeceu minha revolta, a bondade fez de mim um animal domesticado, a crença atribuiu ao místico o poder que carrego em mim de transformar o mundo.

Desafiei-me a libertar-me de tudo o que me prende e o mais difícil tem sido ignorar a verdade, a razão e a minha própria vaidade. O caminho está sendo longo mas não sou daquelas que desiste fácil. Já consegui me libertar de outras algemas e ainda hei de me olhar no espelho e ver o reflexo de uma pessoa livre. Autêntica, de fato.

Porque já percebi: fomentar a vaidade alheia é uma forma pacífica de manipulação. Mas pior do que ser manipulado é ignorar que a manipulação exista. Talvez, só de reconhecer isso eu já tenha dado um passo [inicial e decisivo] para longe da minha própria inércia.

outro adendo:
minha pior prisão?
aquela onde a porta sempre esteve aberta
mas eu nunca fui capaz de atravessá-la...
minha pior liberdade?
um mundo de portas abertas
onde não me reste nada além do que seguir adiante.

17/09/2008

domingo, 14 de setembro de 2008

A verdade e a vaidade

A verdade é uma velha amiga da vaidade. Muito útil, quando a nosso favor. Muita verdade, é uma armadilha. Toda verdade, é um ponto de vista. Toda a verdade, é uma utopia.

A verdade é sedutora, se somos nós a ter razão. E razão é como bunda. Cada pessoa tem a sua (graças a Deus!) e quanto maior e mais firme mais beleza aparenta. A razão é como dinheiro. Se não temos a gente disfarça. Se temos, que o mundo o saiba. Se não souber, a gente demonstra. Porque toda razão é um triunfo. E muita razão, um esconderijo. A razão é relativa, um pedaço, do todo, da verdade. Um simples conceito que nutre e conforta a nossa vaidade.

Pobres daqueles caçadores da verdade que andam em círculos procuram o óbvio e pensam que ter verdade é ter razão. Palmas à barbárie da vaidade. À super-importância de si mesmo e na busca incessante da razão quem sabe descobriremos por que a anuência e o coro de vozes alheias exercem tanto poder sobre nossos anseios.

Talvez a razão seja para os outros. Talvez a verdade seja para nós. Tanto faz para mim (mas não para a minha vaidade). Que sabe, a razão e a verdade não deixam de ser uma forma de domínio.

28/08/08

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Re: "o estardalhaço"

Aproveitando o excelente questionamento feito pelo Rafael Franco, em visita ao post “O estardalhaço”:

Rafael Franco disse...
Blogar, é de certa maneira ouvir música sem fone de ouvido, não acha?
11 de Setembro de 2008 20:30

Pois bem, ele me pôs a pensar, pensar... [sabe, eu adoro isso!!!]

Se levarmos em consideração o desejo de ser lido [holofote], talvez blogar possa ser considerado ouvir música sem fone de ouvido...

Mas será mesmo??

Até porque quem não quer ser lido não publica seus textos na internet, os queima...

Mas será mesmo??

Meu blog não incomoda ninguém... não invade o espaço de ninguém, não é mais lido que o blog de ninguém... só o lê quem quer ler (mesmo que seja para não ser expulso da comunidade do Orkut)... As pessoas têm que digitar o endereço, esperar a página carregar, clicar no link comentários, enfim...

Não, não eu não acho que seja a mesma coisa.

Concordo quando o Rafael dá a entender que todos temos alguma necessidade de holofote. Isso é mais do que natural.

O que torna a coisa estranha é alguém achar que sua luz para brilhar tem necessariamente que apagar todas as outras...

11/09/2008

Selo Prêmio Dardos

Recebi 3 selos do prêmio Dardos do blog algunstrintaanos, blog da karina e festa das cores. Fiquei muito lisonjeada, pois só estou há uma semana fazendo intercâmbio entre os blogs do orkut e nem sei se mereço tal indicação... Agradeço a todos por essa gentileza...


Este selo possui algumas regras:

1. Aceitar exibir a imagem do selo no seu blog e cumprir as regras.
2. “Linkar” o blog do qual recebeu o prêmio.
3. Escolher 15 blogs para entregar o prêmio.

Caramba, vai ser difícil... tem muitos blogs que acompanho sempre... mas vamos lá:

1. [ gotas introspectivas da GI ]
2. [ blog da karina ]
3. [ blog do cleidemar ]
4. [ sobre fatalismos ]
5. [ euforia melancolica ]
6. [ patricia heidel ]
7. [ desnudamento interno ]
8. [ saco de filo ]
9. [ clarice lispector ]
10. [ mukypho ]
11. [ nascida em versos ]
12. [ falando de lingua ]
13. [ danii lopes ]
14. [ marina e clara ]
15. [ mais prosa do que verso ]
11/09/2008

sábado, 6 de setembro de 2008

O estardalhaço

Ouvir funk ou pertencer a determinadas religiões hoje em dia, apesar de todo estardalhaço, não passa de uma atitude afirmativa. O próprio estardalhaço me obriga a chegar a essa conclusão.

Em plena era digital, de aparelhos moderníssimos de alta tecnologia não basta ao sujeito ouvir no fone de ouvido a música que lhe agrada (o que, aliás, é um direito seu), é preciso tocar no auto-falante, todos têm que ouvir junto e saber o que tal sujeito gosta.

Em um gesto egoísta eu até poderia argumentar que tal atitude é “incômoda” a quem está perto mas incomodar é o que há de mais superficial nessa atitude.

As pessoas todo o tempo se acotovelam umas às outras para chamar a atenção. Alguns, pensando buscar Deus, se enganam, fazem das ruas um grande teatro e no apagar das luzes esses pobres artistas não vislumbram nada além de aplausos. Eis aí todo o sentido de uma existência vazia, preenchida pelo eco acústico da apreciação alheia. Porque alguns pensam estar buscando Deus mas tudo o que buscam são holofotes para suas verdades.

Porque razão até o louco tem
É é preciso ter cada vez mais
Razão
Verdade
Loucura

Meras desculpas, mero artifício, pra calar a voz da nossa própria miséria.


06/09/2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Hélices e marquises

Vi um homem que não tinha casa, morava num cubículo cujas dimensões minúsculas não podiam ser maiores do que 2m x 1,5m. A porta, estreita, só abria para fora. E o homem passava quase todo o dia sentado à porta aberta num banquinho com hélices de ventilador na mão. É que o tal cubículo também era um depósito de ventiladores quebrados e peças. Ao que parece o conserto desses aparelhos era sua principal fonte de renda. Não sei como a física permitia tantas coisas ocupando o mesmo espaço, mas ele não reclamava, pelo contrário, dava graças a Deus por ter onde guardar suas hélices e motores.

Eu, intrigada, me perguntava se de fato ele conseguia dormir naquele espaço tão pequeno, sem ventilação, frio e desconfortável. O desconforto em que vivia aquele homem me incomodava diariamente, durante, pelo menos, os quinze segundos em que me deparava com ele.

Pois uma noite, voltando para casa, vi o sujeito preparando a coberta debaixo da marquise e me perguntei: o que leva uma pessoa a abrir mão da própria proteção em nome da segurança de hélices e motores? Percebi de súbito a esperteza do homem e minha hipocrisia. Afinal, quem iria querer dormir numa cela solitária se mesmo os presidiários em cárceres superlotados fogem dela? Até porque tal homem, tão sábio, sabe que sua vida não vale nada exceto para si próprio, mas suas peças... vocês sabem...

Algum desocupado inventou que o trabalho dignifica o homem.
O mais triste de tudo é que aquele homem tenha acreditado.

Sejam bem-vindos ao facetas!

................TODOS OS TEXTOS DESSE BLOG SÃO AUTORAIS............

Resolvi utilizar este espaço para divulgação de trechos de alguns trabalhos meus... Espero que vocês apreciem. Críticas e comentários serão muito bem-vindos, sobretudo críticas!

Se você já leu o texto acima não fique tímido: fique à vontade para comentar em outras postagens!