da Cíntia Carvalho, blog Palavra feia,
a respeito da dificuldade de uma autora de falar de si mesma.
Me identifiquei com parte do texto. Eis uma adaptação do que saiu no comentário:
Penso que talvez seria útil eu publicá-lo, quase educativo. Tento fazê-lo há meses, mas não consigo. Todo o pensamento está estruturado e pronto mas a idéia de exposição, seja de que modo for, me limita.
Ao contrário do que sugere a postagem da Cíntia Carvalho no blog citado, essa dificuldade em falar de mim mesma não se motiva por não saber quem sou. Penso e reflito sobre mim a todo instante, todo o tempo. Conheço-me como ninguém, mas não sei falar de mim. Não sei, nem gosto! É pessoal demais e uma das coisas que mais prezo é a minha individualidade.
Não sou como os outros. Foi um parto para eu conseguir postar meus textos no blog [a Gi teve que usar muita lábia para conseguir me convencer a fazê-lo, rs - hoje em dia eu agradeço muito, muito, muito a ela!].
Falar de mim? Todo post a respeito que começo não termino. Se termino, não publico, se publico, me sinto invadida. A verdade é que ninguém vê o mundo pelos meus olhos e penso que não adianta expor minhas intimidades a quem vai simplesmente julgá-las em vez de tentar entendê-las. Ou tentar entendê-las a partir de seus próprios significados, sem jamais ter conhecido absolutamente nada de mim.
Seria como gritar 'eu te amo' em outro idioma: a mensagem é linda, mas se quem ouve não conhecer a língua, pode até supor o que significa, consultar o dicionário em sentidos generalizantes. Nada disso bastará, porque só eu mesma poderei conhecer a profundidade do amor em mim.
No fim, acho que é isso.
Um beijo para todos.
:*
Peço-lhes que não me apressem.
Talvez eu seja como um fruto exposto no galho
que antes de poder provar o seu doce
é preciso permitir que amadureça sozinho.
Permitam-me amadurecer e eu mostrarei os meus frutos.