Não, não é um mito, tampouco crendices do folclore. Esse tempo realmente existiu! O tempo em que as palavras serviam para dizer algo e havia uma vastidão de possibilidades. O vocabulário era extenso, imenso, infindável. E escrever parecia uma arte porque contemplava a combinação de letras, sons e sentidos e para escolher os termos certos era preciso uma seleção rigorosa, um ajuste do que estava sendo dito ao que se estava tentando dizer. Tudo era milimetricamente calculado, revisto, pensado.
Mas, devido à correria do dia-a-dia, em nome da otimização de resultados (falava-se bastante em automação robótica à época) muitos introduziram em seu linguajar um termo curinga, polivalente, generalizante, que significava um pouco de tudo, e ao mesmo tempo, nada. Foi então que em vez da palavra definir a coisa, a coisa passou a substituir as palavras. Tsc, tsc, tsc, nunca mais os gramáticos dormiram em paz...
P.S.: eu agradeço à GI pelas dicas na revisão desta coisa que antigamente chamávamos texto! Valeu, Gi!