Saudade? Sentimento inexplicável... Faz-se única [apesar de diversa], inconjugável [apesar de comum]. É abstrata e relativa – preenche e esvazia, apequena e agiganta – e transforma todo o sentido da vida em nada [o vazio da alma, do desejo, do amor]...
É a heróica batalha travada contra a insignificância, porque aceitar que tudo tem fim é admitir a finitude [ou pequenez?] da própria existência.
É um instrumento de perpetuação da memória [porque todo homem busca para si - e para os seus - a eternidade] e de conservação do que deixou de ser, já não existe, o que é efêmero.
É uma busca constante e vã de preservar o significado daquilo que, como a vida, nunca durará para sempre...
Para o Aurélio a saudade pode ser uma “lembrança melancólica” de “coisas distantes ou extintas”, mas para mim é um vazio [ocasionado pela falta do que não está mais em nós], uma ausência. A saída inventada – ??por Deus?? – para explicar porque o homem, apesar de racionalmente avançado, nunca deixará de ser incompleto [e conseqüentemente, humano].