[Este foi o meu primeiro texto 'encomendado',
escrito há alguns meses a pedido do meu amigo Erich
Na ocasião, ele havia me pedido que falasse sobre 'saudade'...
É a primeira vez que o posto aqui no facetas.
Peço desculpas a quem já o leu, só estou republicando aqui
por que ando sem tempo para novas criações]
Saudade? Sentimento inexplicável... Faz-se única [apesar de diversa], inconjugável [apesar de comum]. É abstrata e relativa – preenche e esvazia, apequena e agiganta – e transforma todo o sentido da vida em nada [o vazio da alma, do desejo, do amor]...
É a heróica batalha travada contra a insignificância, porque aceitar que tudo tem fim é admitir a finitude [ou pequenez?] da própria existência.
É um instrumento de perpetuação da memória [porque todo homem busca para si - e para os seus - a eternidade] e de conservação do que deixou de ser, já não existe, o que é
efêmero.É uma busca constante e vã de preservar o significado daquilo que, como a vida, nunca durará para sempre...
Para o Aurélio a saudade pode ser uma “lembrança melancólica” de “coisas distantes ou extintas”, mas para mim é um vazio
[ocasionado pela falta do que não está mais em nós], uma ausência. A saída inventada –
??por Deus?? – para explicar porque o homem, apesar de racionalmente avançado, nunca deixará de ser incompleto [e conseqüentemente, humano].
Escrito em 08/10/2008.